Elomar Sesc Consolação
Horário
28/04/2024 6:00 pm(GMT-03:00)
Detalhes do evento
Elomar Sesc Consolação: o cantor, violonista e compositor Elomar, uma das referências da música popular brasileira do Nordeste, apresenta sua homenagem ao tropeirismo transitando entre
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Elomar Sesc Consolação: o cantor, violonista e compositor Elomar, uma das referências da música popular brasileira do Nordeste, apresenta sua homenagem ao tropeirismo transitando entre o popular e o erudito; ele é acompanhado por uma camerata formada por violão, flauta e violoncelo, além de duas cantoras. Circulação Sesc São José do Rio Preto / Sesc Consolação.
“A Tropa encantada” é uma temática presente em várias obras de Elomar. Essa tropa agora emerge da história, sai da ficção para os palcos do Brasil, na figura de tropeiros cantadores com sua “viola no saco” levando o aboio, o canto das tropas, os falares e o legado deste movimento que não pode ser esquecido pelas gerações futuras.
Elomar Sesc Consolação, músicos de orquestra e duas cantoras arreiam as mulas e seguem no rastro da trilha deixada pelos tropeiros, cortando o Brasil de ponta a ponta, cantando e entoando modas de viola, cantando e contando causos para o público do Brasil numa Incelença para o Tropeirismo.
Peças apreciadas na voz do próprio autor, o compositor Elomar Sesc Consolação, com execução musical sofisticada pela camerata – violão, flauta e violoncelo – e duas vozes femininas.
Elomar Figueira Mello (Vitória da Conquista, Bahia, 1937). Compositor, violonista e cantor. Destaca-se pelas criações artísticas singulares, nas quais reinventa a linguagem, e por tecer fusões entre a música erudita e a popular.
Nasce na cidade baiana de Vitória da Conquista. A família de fazendeiros vive na zona rural, onde se educa e tem os primeiros contatos com a música em cultos religiosos e serestas de cantadores, violeiros e repentistas. Ainda garoto aprende a tocar viola e violão, sem aprovação familiar.
Em 1954 muda-se para Salvador para estudar e compõe algumas canções. Cinco anos mais tarde, ingressa no curso de arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Conclui o curso em 1964 e retorna à Vitória da Conquista; vive da arquitetura, mas mantém paralelamente a carreira como artista. Grava de modo independente o primeiro compacto em 1968 e, no ano seguinte, conclui a escrita da primeira ópera, “Auto da Catingueira”. No final da década, frequenta a Escola de Música da UFBA, mas não conclui o curso.
Em 1972 grava seu primeiro LP, Das barrancas do rio Gavião. Em 1978 registra o segundo disco nos estúdios da UFBA, Nas quadradas das águas perdidas. A partir de então sua vida artística se estabelece e realiza apresentações pelo país.
Trata-se de um compositor cuja formação cultural e musical e seus vínculos com múltiplas experiências e tradições musicais, tanto regional e rural, o colocam numa encruzilhada de onde partem e convergem inúmeros caminhos e alternativas. Sua proposta poética, por exemplo, revela e faz referências permanentes a valores artísticos fundados nas tradições europeias, sobretudo, as medievais e ibéricas, assim como ao universo judaico e cristão.
Surgem assim em seus poemas cavaleiros, nobres intrépidos, donzelas, princesas, menestréis, castelos, corcéis, cristãos, judeus e valores como honra, coragem e amor. Para narrar esse imenso universo, o compositor utiliza formas clássicas da cultura erudita, como o romance, épicos, autos e antífonas.
No entanto, todo esse mundo é filtrado e recriado pelo imaginário rural do sertanejo nordestino. A cultura oral e popular se impõe para contar as histórias do povo humilde do sertão, com seus animais e sua natureza, mas com diversas citações medievais, clássicas e ibéricas. O discurso épico e universal se constitui para contar as pequenas histórias particulares do mundo sertanejo.
Assim o cavaleiro intrépido em seu corcel pode ressurgir no Tuin da Lagoa Preta, no Quilimerô, a rainha em “Dona Izabel” e a donzela podem ser “Tiadora”, a “Naninha” ou a “Joana Flor das Alagoas” entre tantos outros personagens locais e regionais. Sua narrativa procura mostrar o povo do sertão como “um forte”, um lutador que constrói obras culturais e “um mundo maravilhoso”.
Para concretizar essa fusão, Elomar opera evidente transformação na linguagem. Ela se apresenta recheada de arcaísmos, como o latim, com variantes dialetais e neologismos, criando um dialeto fundado na oralidade sertaneja, à semelhança de Guimarães Rosa (1908-1967).
Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural
Divulgação
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